Krenak poderá fazer história na ABL

O indígena e ambientalista Ailton Krenak poderá ser o mais novo imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL), após o falecimento no último domingo do historiador e acadêmico José Murilo de Carvalho, ocupante da cadeira nº 5 da Casa de Rui Barbosa.

Cotado como favorito para a vaga, caso venha a ser, de fato, eleito, Krenak será o primeiro indígena a ocupar assento na Academia. Em 2021, o neurocirurgião Paulo Niemeyer Filho derrotou o então candidato Daniel Munduruku à cadeira 12, vaga com a morte do crítico literário Alfredo Bosi.

A candidatura de Munduruku havia recebido apoio de mais de cem apoiadores de peso, como Chico Buarque, Xico Sá, Ruth Rocha e o próprio Ailton Krenak. É a hora da ABL fazer revolução e se redimir de alguns pecados cometidos.

Ailton Alves Lacerda Krenak nasceu em 29 de setembro de 1953, município de Itabirinha, Minas Gerais. É um líder indígena da etnia indígena crenaque, ambientalista, filósofo, poeta e escritor. Professor Honoris-Causa pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e é considerado uma das maiores lideranças do movimento indígena brasileiro, possuindo reconhecimento internacional.

É autor das obras: Ideias para Adiar o Fim do Mundo, O Amanhã Não Está à Venda, A Vida Não é Útil, Lugares de Origem, com Yussef Campos e Futuro Ancestral. Em 2020 foi vencedor do Prêmio Juca Pato de Intelectual do Ano, oferecido pela União Brasileira de Escritores.