Escola, uma agente social
- ailacultatende
- 12 de mar. de 2023
- 3 min de leitura
Por Paulo César Guerra de Carvalho
Ocupante da Cadeira nº 23 da AILA

A Escola está para além das suas salas e muros, aqueles que não percebem que ela é um agente social são pessoas de visões pequenas. Costumo dizer que fazer educação é ter uma responsabilidade social, está para além do sentimento do amor, pois, seu objetivo é formar cidadãos, multiplicar agentes que possam contribuir para uma sociedade progressista, justa e para todos.
Quando trabalhamos os espaços da escola de forma objetiva e criativa, deixamos ela com muito mais vida e atrativa, além de ser um local de sonhos e projetos, ela também é de realizações e preparação para a vida cotidiana. Sempre encontramos todo tipo de gente na instituição, ela é uma mini sociedade que está cheia de emoções, sentimentos, trabalhos, frustrações e engajamento, e ainda é feita por seres humanos, sendo um mix de tudo. Não existe uma escola perfeita, mas objetiva e participativa.
Uma instituição sadia socialmente é aquela que está presente nas questões da comunidade, onde o problema chega e de lá sai a possível solução, sendo ponto de encontro dos sujeitos para construção de uma sociedade democrática e justa.
É preciso estar ciente que a educação não é feita somente na sede da escola, mas também em outras instituições que tem o compromisso de formar cidadãos, pois o educar está para além de quatro paredes e muros. O círculo cultural da escola perpassa qualquer estrutura física e hierarquia. Reafirmo dizendo que educação é social, o professor (a) que não tem uma responsabilidade social não tem compromisso nenhum com a educação e seus educandos.
A sala de aula é dinâmica, nunca permanece estática, pois os sujeitos se modificam frequentemente. Podemos até imaginar, fazer planos de aulas e um esboço da sala, mas de forma natural, por si só, vai se desenhando, cabe ao educador (a) fazer ajustes e orientar, mas sem perder a essência. É de grande importância que haja uma confiança de ambos lados para que os contratos sejam cumpridos, nunca ser autoritário e nem ser sem controle, mas construir uma transferência respeitosa.
Como aqui já relatado, no começo desse pensamento, a escola é um misto de sentimentos. Por muitas vezes é no ambiente escolar que essas crianças/adolescentes, buscam extravasar seus sentimentos, recorrem ajuda para aqueles que possam atendê-los em seus diversos modos de caminhar, é aí onde entra a educação social. Não é ser pai ou mãe de ninguém, mas dar orientações para esses sujeitos que buscam aqueles que fazem o corpo da escola. A instituição nunca deve tomar o papel da família, mas ajudar a família na condução, desenvolvimento e harmonia.
Nós docentes, temos obrigação de passar os conteúdos previstos na grade curricular, mas nunca esquecer que os nossos educandos são seres biológicos, psicológicos, sociológicos, espirituais e culturais, então, não encontraremos salas homogêneas e nem perfeitas, mas um turbilhão de emoções, onde tudo flui. A competência do profissional e sensibilidade darão rumos no dia a dia, sem esquecer que a aprendizagem também é responsabilidade dos educandos e da família.
Acredito que fazer educação seja um contrato social, até porque projetamos nossos alunos em um determinado patamar, nem sempre será assim, por isso a importância de buscar fontes e conhecer o mínimo do contexto social e familiar dos sujeitos. Uma transferência bem feita será a base para que possamos ter sucesso em nossa caminhada, acredito que com passos firmes e projetados, é possível tocar com uma certa intensidade na existência desses seres humanos, ficará marcado e nunca esquecido. Antes de imaginar uma figura dos alunos, os conheça em todos os lugares possíveis.
IRACEMA - CEARÁ
28/02/2023
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