Ceará dá adeus à "poesia reflexiva" de Abelardo Nogueira
- ailacultatende
- 7 de jul. de 2024
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Por Caio César Muniz
Ocupante da Cadeira nº 21 da AILA.

Das coisas que me entristecem em não residir no Ceará é o meu afastamento natural dos artistas que constroem a poesia, a cultura popular, a música da minha terra.
Por intermédio do meu poeta-irmão Valdeci Maia Valdivino, quando ele esteve residindo em Aracoiaba, na região do Baturité cearense, conheci figuras ímpares como Silvanar Soares, poeta e fazedor da melhor e mais genuína cajuína do Ceará e também o poeta renomado Abelardo Nogueira, com vários títulos publicados, premiado inúmeras vezes, em várias partes do mundo.
Escrevi o prefácio de um dos seus livros, uma honra para mim, filho ausente, totalmente desconhecido em sua terra, o Ceará. Desde então, Abelardo que também era um músico profissional, nunca mais deixou de me presentear com seus poemas, que ele sempre nomeava como “poesia reflexiva”, talvez já pensando em um livro futuro.
Eis que na noite deste domingo (07), ao final de tudo, o fim... voltando pra casa após um show, juntamente com o colega de trabalho, Abelardo foi atropelado por um irresponsável ao volante e não resistiu ao impacto do acidente.
Seu colega de trabalho perdeu um dedo... a polícia prendeu o criminoso há alguns quilômetros do local do acidente, as primeiras informações dão conta de ser um “figurão” do poder e ao ser abordado, não sabia nem onde estava.
Abelardo está no céu, nós ficamos aqui, em meio à tristeza e à indignação. Eu, de coração partido, gostaria de ter conhecido pessoalmente tão grande representante da nossa poesia. Fica o legado. Adeus, nobre poeta! A poesia cearense fica menor!
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