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Cadeira nº 15 - Maria Magalhães de Oliveira Almeida

  • ailacultatende
  • 22 de mar. de 2022
  • 6 min de leitura

Atualizado: 8 de fev. de 2023


Maria Magalhães de Oliveira Almeida (Áurea), natural de Iracema/CE, filha de Francisco Paulino de Oliveira e Francisca Fanca de Magalhães, casada com João Ataliba de Almeida, mãe de Francisco Paulino de Oliveira Neto e Regina Fanca Pérola Magalhães Oliveira Almeida. Evangélica, membro em comunhão na Igreja Assembleia de Deus do Templo Central em Iracema.

Licenciada em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará - Faculdade de Filosofia Dom Aureliano Matos e Pós-graduada em Planejamento Educacional pela Universidade Salgado de Oliveira.

Iniciou sua carreira de professora no ano de 1968 na rede de ensino municipal. Exerceu atividades como: supervisora das escolas municipais, chefe do Serviço de Educação, assistente das escolas rurais e diretora do departamento de Educação e Cultura do município de Iracema.

No ano de 1974 foi aprovada em primeiro lugar no concurso para trabalhar na Associação Nordestina de Crédito e Extensão Rural – ANCAR, mas não assumiu, por amor ao Magistério. No mesmo ano, foi privilegiada com um contrato na Rede de Ensino Estadual do Ceará, como professora na Escola Enéas Olímpio da Silva, casarão de alto conceito, que a mesma considera como segunda “casa materna”. Logo depois, também exerceu a função de professora, na conceituada Escola Deputado Joaquim de Figueiredo Correia.

No decorrer de suas funções, teve a oportunidade de fazer o curso de Detetive Profissional, ministrado pelo Instituto de Investigações Científicas e Criminais, na Cidade do Rio de Janeiro, mas não quis se aprofundar.

Hoje, aposentada, ver que trabalhou como se tudo dependesse dela, e confiou como se tudo dependesse só de Deus.


Até aqui nos ajudou o senhor. 1 Samuel 7:12.



PATRONO:


Francisco Paulino de Oliveira (Dôtôzinho). Agricultor e funcionário público (1915-1999). Em 1º de janeiro de 1915, no sítio Bom Sucesso, município de Iracema, nasce Francisco Paulino de Oliveira, 4º filho do casal Manoel Paulino Cavalcante, descendente de franceses e a cearense Carminda Maria de Oliveira.

Dôtôzinho como ficou conhecido, veio ao mundo no ano da pior seca de todos os tempos, “a seca dos 15” martírios do nordestino, onde toda população dependia de alguma forma da agricultura e a agricultura dependia das chuvas. Fato esse inclusive, numa das mais importantes obras da escritora Raquel de Queiroz.

A miséria campeava infrene e não havia lar que não tivesse sido assaltado pelo abutre da fome, com as suas garras afiadas, no entanto não faltou ao pequeno Dôtôzinho o precioso leite materno, porém chegou a comer cascas e raízes de pau peneiradas, que assumiam o lugar da massa usada no alimento infantil. Enfrentou ao lado da família a escassez de água e doenças propícias da seca. Mesmo assim cresceu saudável, obediente e laborioso, virtudes que conservou desde tenra idade.

Filho de agricultor ajudava os pais na luta pela sobrevivência, trabalhando na agricultura juntamente com os outros nove irmãos. Trouxe na sua bagagem de vida, uma infância e adolescência árduas, assim mesmo lutou pelos que dependiam de seus esforços, mas, confiou como se tudo dependesse só de Deus. Estudou apenas o equivalente ao primário, pois naquela época não havia escolas nas proximidades, tudo era muito distante e difícil. Apesar das dificuldades ele desfrutou relativamente de sua mocidade, era um forrozeiro de paixão e muito apreciava a dança do bolero. Cantava bem e sabia usar com maestria as cordas de um violão.

Em 26 de março de 1935, aos vinte anos de idade, casou-se com a jovem Francisca Fanca de Magalhães, matrimônio realizado na Igreja Santa Margarida, na vila Ema e abençoado pelo padre Miguel, do Estado do Rio Grande do Norte. A jovem era filha do casal José Tavares Sobrinho e dona Maria da Conceição Magalhães, moça bonita, inteligente e de boa família. Costumava contar que a conheceu numa manhã de missa de domingo na cidade de Iracema Ceará.

Do alicerce de sua união com Dona Fanca, que durou a vida inteira terrena, abençoada por Deus e pelos homens, construiu uma família digna e honrada, tendo como frutos o nascimento de seis filhos.

Em 08 de Dezembro de 1935 nasce a primeira filha- Francisca Dodôzinha Magalhães (in memorian) professora e costureira;

Em seguida, Francisco Magalhães Paulino (in memorian) comerciante;

Em terceiro, nasce Maria Magalhães de Oliveira, funcionária pública;

Em quarto, Manoel Magalhães de Oliveira, empresário no Estado de Rondônia;

Mais tarde em quinto, nasceu Maria Magalhães de Oliveira (in memorian) vivendo poucas horas;

Por fim nasce, Maria Magalhães de Oliveira, pedagoga.

Logo após o casamento veio residir no sítio Passagem, de propriedade da sua esposa. Bastante empreendedor, adquiriu logo recursos financeiros para comprar uma tropa de burros possantes, a fim de transportar pessoas para outras cidades distantes como: Pereiro, Jaguaribe, Tabuleiro, Quixadá, Baturité e até Juazeiro do Norte. Na volta, trazia produtos como: café, rapadura, açúcar e farinha, para comercializá-los em Iracema Ceará. Media e pesava suas mercadorias fazendo uso de instrumentos como balança aferida e litros, pois tinha a verdade como corrimão da vida.

Contava histórias ocorridas no percurso como tropeiro, sempre sentia saudades da família e até se deparou com feras nas estradas, mas, teve sabedoria para doma-las e domesticá-las. Como bom negociante e incansável trabalhador exerceu também a atividade de oleiro, aproveitava o barro roxo no feitio de telhas e tijolos para serem vendidos na cidade e com o dinheiro comprava vacas leiteiras, vendia leite e o queijo que era famoso, chegando a ser um dos melhores da região.

Como agricultor e homem do campo cultivou em sua propriedade culturas de subsistência como: milho, feijão, arroz e algodão e o excedente era vendido nas proximidades, sendo que o algodão saía para o Rio Grande Norte- Mossoró.

Conduziu seus filhos à Igreja e aos estudos, para que cada um escolhesse uma profissão conforme suas habilidades. O tempo foi curto no sítio Passagem, mas o espaço foi grande para que repasse aos seus filhos o significado do amor, trabalho, respeito e dignidade, bagagem necessária na formação do caráter humano.

O ano de 1958 foi seco e desfavorável ao agricultor. Ele deixou suas atividades cotidianas, arregaçou as mangas e partiu para trabalhar na rodagem, como Administrador do DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra a Secas), assumindo a função de feitor de turma. O mesmo recebia alimentos e numerários em troca do seu trabalho. Seu deslocamento era através dos seus burros de tropas.

Em 1961, vendeu suas terras no sítio Passagem juntamente com seu gado, criações e outros animais. Vindo morar na cidade de Iracema Ceará, com planos de ter uma vida melhor e dar continuidade aos estudos da sua filha mais nova.

Construiu no Centro da cidade de Iracema Ceará uma casa de alvenaria. Logo mais se associou ao Colégio Moura Brasil, onde a filha continuou seus estudos. Com o passar do tempo, tornou-se sócio da Associação dos Vicentino, no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Iracema e na cooperativa Agrícola dos Produtores de Médio Jaguaribe Ltda.

Morando na cidade de Iracema, enfrentou duas períodos de seca no Nordeste, a primeira sendo no ano de 1966 e a outra grande seca no ano de 1970 que atingiu todo o Nordeste, deixando como única alternativa o engajamento nas chamadas “frentes de emergência”, mantidas pelo governo federal. Apesar de tudo, Dotôzinho habilidoso e inteligente, voltou a trabalhar na então rodagem (DNOCS), reassumindo por competência suas funções de feitor e apontador de turmas. Mesmo saindo nas madrugadas em sua bicicleta, levava na garupa um saco de pães e doces, onde vendia aos operários e trocava também por mercadorias, pois não esqueceu o costume de comprar e vender. Tudo foi bastante árduo, porém houve muitas vitórias.

Apesar de ter possuídos vários veículos automotores, carros, lambretas e motores, não deixava de lado sua velha bicicleta Monark, de cor verde e sempre muito bem zelada. Também na função de pedreiro Dotôzinho, operou na reconstrução da lavanderia pública Ursulina de Holanda Morais. No final da reconstrução, tornou-se zelador da mesma com contrato temporário. Finalmente, em maio de 1976 foi nomeado funcionário público municipal, cargo que ocupou até aposentar-se.

Dôtôzinho sempre foi um homem sábio, com opiniões formadas sobre qualquer assunto, repassando seus ensinamentos com grande maestria, com sua alegria fez de sua vida partilha fraterna, unido a Deus na mesa da solidariedade entre a família, os amigos e o trabalho. Seu maior ensinamento foi seu exemplo de vida, gostava de um velho ditado criador por ele: “Durma com fome e acorde sem dívidas”. Ensinou aos seus filhos a verdade, pois abominava a mentira. Foi um excelente marido, bom pai, amigo e fiel e homem de muita fé. Era bastante organizado e jamais se esquecia de participar dos eventos sociais, cívicos e religiosos da cidade.

Em quatro de agosto de 1993, ficou viúvo e passa a morar sozinho em sua atual residência, situada na rua Francisco das Chagas Magalhães, 328, no centro de Iracema Ceará. Sua filha lhe prestou companhia e o acompanhou até a data de seu falecimento. Sempre teve o amor e o carinho dos outros filhos e familiares que o assistiam cuidadosamente, não deixando faltar presença e o aconchego familiar. Com a perca da companheira de vida, retomou a normalmente sua rotina, lúcido e aparentemente saudável.

Faleceu repentinamente em quatro de Abril de 199 (domingo), em sua residência aos 84 anos de idade, deixando filhos a grandeza espiritual da sua vida e a esperança de um reencontro.

Deixou também seus frutos que se multiplicaram e sofreram com sua ausência. Sua árvore genealógica descendente constitui-se ricamente por netos que nasceram e cresceram em suas experiências de vida e exemplo, vivo na memória de todos com voz mansa, conselhos sábios e longas conversas.

Hoje através da Academia Iracemense de Letras e Artes – AILA procuro enaltecer a sua dedicação à família, artes e cultura, através de um lugar nesta Academia, que lhe é merecidamente conferido.

Pela sua filha, amiga e admiradora, Maria Magalhães de Oliveira Almeida- Pedagoga.

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