Cadeira nº 04 - Maria Hélia Bessa Magalhaes

MARIA HÉLIA BESSA MAGALHÃES, nascida no dia 21 de maio de 1961, natural de Iracema-Ceará. Filha de Francisco Bessa de Lima e Francisca Erivan Magalhães. Casou-se com José César Maia, no dia 01 de abril de 1990, na Igreja Católica do Eusébio-Ce, Paróquia de São José de Ribamar. Realizou o casamento civil, no dia 06 de outubro de 1994, no Cartório Guerra, 1º Ofício. Deste casamento nasceram duas filhas: Júlia Maia e Magalhães e Jamille Maia e Magalhães.

Licenciada em Letras Português, pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN. Também licenciada em Pedagogia, em Regime Especial, pela Fundação Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA. Pós-graduada em Gestão Escolar, pela Universidade Castelo Branco.

Seu primeiro emprego foi na década de 80, na Frente de Serviço, em épocas de estiagem, tratando-se de um serviço desenvolvido pela EMATERCE. Esta primeira experiência profissional foi bastante positiva e, o aprendizado adquirido colaborou para o desenvolvimento de experiências profissionais futuras.

Continuou sua carreira profissional na Prefeitura Municipal de Iracema, em 01/06/1981, no Cargo de Auxiliar Técnica da Secretaria de Educação da Gestão do Excelentíssimo Senhor, então prefeito, Francisco Filgueira de Andrade, juntamente à Secretária de Educação Maria Magalhães de Oliveira, conhecida como Áurea. Permanecendo neste cargo até o ano de 1985, na Gestão do Excelentíssimo, então prefeito, Luís Gonzaga de Queiroz.

Entre 1983 e 1986 trabalhou no horário noturno como Auxiliar de Secretária, no Centro Educacional Moura Brasil – CEMB. Em 1982, foi agraciada com um contrato na Secretaria de Educação do Estado do Ceará, no qual permaneceu até o dia 04/11/2014.

Sempre se espelhou na sua mãe adotiva, a professora Maria Edivan Magalhães, seguindo, literalmente, seus passos, atuou como professora em todas as modalidades de ensino e projetos que a educação proporcionava, nas seguintes escolas: Enéas Olímpio da Silva, Deputado Figueiredo Correia, ambas na cidade de Iracema, Deputado Gonzaga Mota, na cidade de Jaguaretama e Ana Bezerra de Sá, na cidade de Eusébio.

Lecionou a disciplina de Português e Artes na Escola Aprender e Crescer. Assumiu a função de Coordenadora Pedagógica, na cidade de Jaguaretama. Em seguida, foi diretora da Escola Enéas Olímpio da Silva.

Escolheu os cursos de Pedagogia e Letras, porque pedagogia está no seu DNA. Criada por educadoras, as tias Edna Magalhães e Edivan Magalhães que, carinhosamente, a chama de mamãe, vivenciando a paixão por sala de aula e o interesse e cuidado para formar uma boa geração.

Na Arte via a importante ferramenta na Aprendizagem e, que muito contribui para a formação do indivíduo.

“Todas as artes contribuem para a maior de todas as artes, a arte de viver.” (Bertold Brecht).

Ocupante, com muita honra, da cadeira de número 04, da Academia Iracemense de Letras – AILA, antes ocupada pela sua mãe, Maria Edivan Magalhães. Tendo como patrono Francisco das Chagas Tavares.

PATRONO: FRANCISCO DAS CHAGAS TAVAVRES (1895 – 1972)

Por Maria Edivan Magalhães

Francisco das Chagas Tavares, conhecido como Chagas Pacheco, nasceu no dia 25 de junho de 1895, no sítio Grossos, município de Iracema-CE. Filho do casal: Francisco Tavares de Almeida e Jeracina Francisca Magalhães. Avós paternos: Manoel Tavares Magalhães e Maria Izabel da Conceição e avós maternos: José Tavares Magalhães e Mariana Tavares Magalhães.

Ainda jovem, começou a trabalhar na lavoura, junto ao pai e irmãos: Nenen Pacheco, Avelino, Neco e José. As irmãs: Santa, Maria, Pacheca, cuidavam, com a mãe, dos trabalhos domésticos e lições que ela ensinava. Como católico que era, a família sempre se reunia, ao fim da tarde, para rezar o terço e outras orações.

Em conversa familiar e com os amigos, ele dizia que tinha um grande ideal: estudar.

Os pais planejaram como realizar este ideal e transformá-lo em realidade. Finalmente, aconteceu de o pai ser sabedor da permanência de uma professora em Iracema, a jovem Delta Holanda, nomeada para assumir o cargo. Resolveu conversar com um amigo conhecedor do assunto, o matriculou conseguindo fazer esta surpresa ao filho, resolvendo este problema. Enfrentando dificuldades com transporte, enchentes do rio, que tinha de transpor a outra margem e, muitas outras, não colocou nenhum obstáculo em frequentar a escola e, aprendeu a ler, a escrever, as operações básicas da matemática, como também conhecimentos gerais.

Aprendeu belas lições de vida e, ao terminar o período estudantil, agradeceu ao pai por ter realizado seu sonho para que um dia pudesse ser alguém na vida. Caso casasse e tivesse filhos, seguia o belo exemplo do pai, que sempre dizia que: “a vida é resultado daquilo que se faz por ela”. Como todo jovem, ele gostava de namorar, brincar, dançar nos sítios vizinhos, com a permissão dos pais, sendo acompanhado pelos amigos: Pedro Mendes, Cosme Martins, João Américo e outros.

O tempo foi passando e ele se deu conta de um casamento. Mas antes queria, com suas economias, construir na vila Iracema, uma casa para morar e um prédio para iniciar um pequeno comércio, pois não queria ficar no sítio como agricultor. Combinou com o pai e contratou os pedreiros: João Batista de Almeida e Antônio Alves Camilo. Terminada a construção, fez uma surpresa à família: ficou noivo. E no dia 23 de fevereiro de 1930, aos 35 anos de idade, casou-se com a jovem Maria da Conceição Magalhães, de 22 anos de idade, filha de Justiniano Tavares Magalhães e Francisca Nogueira de Almeida, também residentes no sítio Grossos. O casamento católico foi realizado na capela de Nossa Senhora da Conceição, em vila Iracema. Tendo como celebrante o padre José Terceiro de Souza, na época, vigário da cidade de Pereiro. Logo após, foi realizado o casamento civil, em cartório público, pelo oficial do registro civil, Ulisses de Holanda Campelo, 2º Suplente do Juiz em exercício.

Desta união colocaram 12 filhos no mundo: Neci, Luiz de Chagas, Chico Chagas, Eridan, Erivan, Gilberto, Edivan, Gildete, Gilzete, Edna, Gilvando e Manoel. Da união conjugal dos filhos nasceram: 26 netos e 27 bisnetos. Todos os filhos estudaram, como era o desejo dos pais e, conseguiram boa formação em escola pública, com a professora Deolina Pimenta. Fixou residência durante 42 anos, de 1930 a 1972, na cidade de Iracema, no seio familiar.

Participou da conferência de São Vicente de Paulo, como sócio contribuinte, na época dirigida pelo Senhor Manoel Uchôa. Iniciou o comércio de cereais e miudezas, com vendas a varejo. Enfrentando dificuldades por ter que se deslocar até a cidade de Mossoró-RN, para fazer compras das mercadorias. Superou tudo com paciência, pelo amor que tinha à família. Após aposentadoria, não querendo ficar ocioso e para aumentar um pouco a renda familiar, resolveu se destacar na arte de trabalhar com sola de couro, em acessórios como: selas, coronas, chicotes, peias, coleiras para cães e sandálias rasteiras. Idealizou umas sandálias para Edivan, filha com deficiência física – pé torto equinovaro, concepção genética e, que se calçou, nesta época, aos treze anos de idade.

Exerceu a função de subdelegado de polícia militar, em Iracema, entre 1954 e 1958, com nomeações assinadas elos governadores da época: Raul Barbosa, Stênio Gomes da Silva e Paulo Sarasate e, autorizadas pelo Juiz de Direito da cidade de Pereiro: Dr. Alfredo Azevedo Montenegro. Cargo que desempenhou procurando controlar violências, crimes, embriaguez, portes de armas e demais desacatos conforme boletim de ocorrências. Sempre com seu jeito calmo, honesto e humano.

Faleceu no dia 05 de novembro de 1972, aos 77 anos de idade. “Faleceu”, é uma maneira tradicional de expressão, porque um herói continua vivendo até mesmo após a morte. Ele sempre falava que Deus abençoava seus trabalhos, esforços e sua vontade de vencer, dando-lhes filhos, alegrias de sua vida.