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Cadeira nº 03 - José Uilson Magalhães

  • ailacultatende
  • 22 de mar. de 2022
  • 10 min de leitura


Nascido em 05/04/1954, na cidade de Iracema-Ce, na Rua Fco. das Chagas Magalhães, aonde ainda reside.

FILIAÇÃO: Antônio Bernardo Magalhães e Maria Lopes Magalhães.

ESCOLARIDADE: Ensino Fundamental; Estudou na Escola Enéas Olímpio da Silva até 1963 a 1966.

Curso Ginasial (1967/1970) e Médio: (curso Técnico de Contabilidade) no Centro Educacional Moura Brasil - 1976/1978).

NÍVEL UNIVERSITÁRIO:

Graduação em HISTÓRIA E GEOGRAFIA na UVA – Universidade Vale do Acaraú (2003/2005);

Pós Graduação em HISTÓRIA DO BRASIL, também na UVA (2009/2011);

Extensão universitária em Controle Social das Contas Públicas – (100 horas) - 2009

Pós Graduação em GESTÃO DA SAÚDE na UNILAB (Universidade de Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira) (2013/2015).

ATIVIDADES POLÍTICAS:

PREFEITURA MUNICIPAL DE IRACEMA – Exerceu o cargo de Vice Prefeito – 2009/2012. Assumiu o cargo de Prefeito, interinamente, por duas vezes.


FORMAÇÃO PROFISSIONAL: PRINCIPAIS CURSOS

- Curso sobre Legislação Previdenciária – (1974),

- Cursos sobre Legislação Trabalhista – (1975),

- Curso sobre Legislação Tributária – (1976),

- Curso de Gerência de Cooperativas – (1977),

- Curso Especialização sobre Análise de Balanço (FGV-USP – (1978),

- Curso Especialização sobre Licitação (Lei 8.666/93),

- Curso sobre o Sistema SIAFI – Sistema Integ. de Administração Financeira.

- Curso sobre Windows, Word e Planilha do Exxel.

- III treinamento sobre sistema SIA/SUS (Fundação Nacional de Saúde)-1995;

- Primeiros Socorros (Corpo de Bombeiros de Fortaleza) - 2009;


EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL

1971 - Recenseador pelo INCRA das propriedades Rurais de Iracema e Auxiliar de Contabilidade na P. M. Iracema e Jaguaribara;

1972/1978Trabalhou na COOCEMA através de concurso, tendo assumido os cargos de Gerente de Recursos Humanos e da Carteira Fiscal;

1978/2011Secretário Administrativo e Técnico de Contabilidade na FUDAÇÃO SESP/FUNASA;

AGO/1995 a DEZ/1998Diretor do Centro de Saúde Francisco Pinheiro de Souza;

1981/1983Professor de Contabilidade e Custos no Centro Educacional Moura Brasil-(CNEC);

1978/1995 Presidente da Comissão Permanente de Licitação da FUNASA-IRACEMA;

2013 – Diretor do Hospital e Maternidade Maria Roque de Macêdo;

2014 a 2020 - Secretário Municipal de Agricultura, Pesca e Recursos Hídricos.

2016/2021 – Membro da Comissão Municipal de Defesa Civil;

2021 - Coordenador do Setor de Arrecadação Tributária do município de Iracema.


CURIOSIDADES NO CAMPO PROFISSIONAL E DO TRABALHO:

Em se tratando de profissão, ressalto que naveguei em vários campos:

Vendedor de Frutas – (banana, manga e goiaba) nas residências da cidade de Iracema.

Vendedor de água transportado em jumento e roladeira, pois, não existia serviço de abastecimento de água na cidade.

Vendedor de pão da padaria de Avelar de Almeida Guerra. Na Padaria do Sr. Luiz Bezerra de Queiróz, atuei como empacotador de bolacha.

Auxiliar de sapateiro na Sapataria dos Irmãos Fabricio. Fazia remonte e conserto de sandálias. Eventualmente fazia chinelos sob encomenda para alguns amigos.

Engraxate – Nos dias de feira (Domingo), atendia a quem procurasse por este serviço em frente à mesma sapataria.

Cambista – nos bancos de Jogo do Bicho dos Senhores José Milton Guerra e Raimundo Batista de Almeida. Atuava mais pela Zona Rural (Sítios Bom Sucesso, Recanto, Fazendinha II, Aimoré e Serraria). Na cidade atuei na rota Centro/Holandino.

MOVIMENTOS SOCIAIS:

1975/2000Diretor da Liga Desportiva de Iracema, por 25 anos e Árbitro de Futsal;

1975/2000Secretário Executivo do Conselho Escolar do Centro Educacional Moura Brasil, por 25 anos;

1991/2021Secretário Executivo do Conselho Municipal de Saúde, por 21 anos;

1997/2002–2014/2018 - Presidente do Conselho da Escola Enéas Olimpo da Silva – 10 anos;

1998/2003Presidente do Conselho Municipal/FUNDEF – 06 anos;

1999/2002 – Membro do Conselho da E.E.F.M. Joaquim de Figueiredo Correia – 04 anos;

Associação dos Produtores e Produtoras Rurais da Fazendinha I, Secretário – 5 mandatos – 10 anos.

Associação dos Produtores e Produtoras Rurais de Malhada Redonda - Secretário – 02 mandatos.

APAE de Iracema: – Vice-presidente - (2002/2004), membro do Conselho de Administração (1998/2001 - 2011/2019); Secretário Executivo (de 2020 ate a presente data);

AILA – Academia Iracemense de Letras e Artes – Desde 2007, como Secretário e por último Vice-presidente.

- Conselho de Segurança Alimentar – CONSEA;

- Conselho Municipal do Menor e Adolescente;

- PT – Partido dos Trabalhadores, Diretoria Executiva – (1987-2021),

- (1987-2021) - Loja Maçônica José Ramos Torres de Melo, - Presidente por 04 mandatos e 04 como Secretário Executivo.

- Associação dos Produtores e Produtoras Rurais da Fazendinha I, Secretário – 03 mandatos;

- Associação dos Produtores e Produtoras Rurais de Malhada Redonda, Secretário – 03 mandatos;


PATRONO: JOSÉ CARDOSO DE MOURA BRASIL, “Príncipe da cirurgia oculista no país”. Nasceu no dia 10 de fevereiro de 1846 na povoação de caixa-só, hoje Cidade de Iracema. Filho de José Cardoso de Moura Brasil e Tereza Maria de Moura Brasil. Seus avós maternos foram Antônio Ferreira de Moura e Maria Joaquina de Moura e residiam na referida povoação. Seu pai, em 1845, detentor da patente de Ten. Cel. residia na fazenda Passagem Franca, muito próximo dos limites da província do Ceará. Sua naturalidade foi contestada pelo vizinho estado do Rio Grande do Norte que a todo custo disputava o humilde berço de tão ilustre iracemense. Veio a falecer no ultimo dia do ano de 1928, e foi sepultado no Cemitério de São João Batista, no Rio de Janeiro

Os seus pais costumavam passar as festas de natal na pequena povoação em companhia dos avós. Sua mãe, em avançado estado de gravidez, demorou-se ali pela convivência da família e em principio de 1846, segundo suas próprias palavras, teve a fortuna de respirar o puro ar cearense, onde tantas vezes expandiu-se desatenta a sua infância. Por ocasião da seca de 1845, seu pai, no desempenho das funções de delegado de policia, teve de punir furtos de gado cujos envolvidos eram pessoas de suas relações: desgostoso mudou-se para a fazenda Atrás da Serra, no Riacho de Figueiredo, a 4 léguas de Caixa-só, e a 3 da Passagem Franca. Foi batizado na antiga vila do Apodi-RN, motivo, provavelmente, dessa acirrada disputa pela sua naturalidade.

As primeiras letras do alfabeto, aprendeu-as Moura Brasil com o professor Vicente Borges, que morava perto da fazenda dos seus pais. Em 1865, matricula-se o rapazola de Caixa-só no Liceu de Fortaleza, de onde saía, um ano depois para o estado da Bahia, a fim de concluir o curso de humanidades e matricular-se, depois, no de medicina, onde se doutorou, em 30 de novembro de 1872. Embarcando para a Europa no ano seguinte, acompanhou os principais cursos da especialidade a que se dedicara desde a vida acadêmica. Voltando ao Ceará, aqui pouco demorou, de logo seguiu para o Rio de Janeiro, onde iria granjear renome e fama como oftalmologista, assim considerado o mais perito dos profissionais deste gênero em nosso país.

Honrou como pontífice do seu saber, o nome cearense, ao lado de Clóvis Bevilaqua, jurisconsulto; Capistrano de Abreu, historiador; Farias Brito, filósofo; Gustavo Barroso, enciclopédico. “Foi também o fundador e presidente da policlínica Brasileira, instituição de Assistência Pública admirada e abençoada pelo povo fluminense (carioca) e fez parte de todas as associações médicas de que se honra a capital da República”. (Barão de Studart).

Publicou: Tratamento cirúrgico do deslocamento da retina, 1879; contribuição para o estudo o estudo comparativo de diversos processos operativos no tratamento das afecções oculares,1880; Discurso, lido na sessão magna aniversária da Academia Nacional de Medicina, realizada em 30 de junho de 1890. Manteve a Revista Brasileira de Oftalmologia, bimensal.

Foi presidente, no período de 1889-1891, da Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro. “Foi também fundador e presidente da Sociedade Nacional de Agricultura durante muito tempo”.

Sua vida foi de acertos constantes, um lastro de bondades e virtudes, de amor ao próximo, de excelsitudes, de genial inclinação para a carreira que escolheu, para a especialidade a que se dedicou de alma e coração, fazendo naquele tempo o que pouquíssimos faziam.

Na sua juventude, aos 18 anos talvez em férias, era o experimentado cavaleiro das ribeiras de Iracema, metido no indumento de vaqueiro, desafiava-os na pega do gado bravio, era o mais firme, o mais atrevido, o mais galhardo, no desenvolto do gesto espontâneo, na distinção do rosto risonho e requeimado num pinturesco traje de campeador. Era o mais forte; era o mais ágil, era o mais gentil.

E, decerto, foi essa liberdade nos campos, oxigenando bem os pulmões, bebendo leite puro das vacas do curral, a que lhe formou o soma rijo e forte, levando aos 80 e tantos anos de idade, ainda capazes de uma afaquia perfeita em suas operações de catarata, que foi no que se excedeu, sobretudo.

No primeiro ano de sua vida acadêmico, teve de avir-se com o professor de Anatomia, dizendo-lhe verdades duras.

Portava à Bahia, em fins do século passado, com o modesto oficio de cocheiro, um inglês a que os fados reservavam, deste lado do atlântico a surpresa de sorte melhor formando-se em medicina e posteriormente professor e diretor da referida faculdade.

Mas vamos ao caso: um dia, talvez mal humorado, dava uma aula, quando um jumento aproximou-se da janela e ali ficou como se entendesse as palavras do mestre. Ele, o professor, num rasgo de bruteza ou de má educação, disse para o animal: O senhor pode entrar e tomar assento ao lado dos seus colegas.

Os alunos receberam o insulto como uma chibata: pasmados calaram-se. Mas entre eles levantou-se um aluno “menino bisonho e hirsuto”, e com dignidade e voz forte e indignada, retrucou:

Está enganado, senhor professor, esse pobre animal anda em busca de sua parelha senão de um antigo cocheiro. Atenda-o.

E retirou-se do recinto. E a classe toda, ante aquele rasgo de altivez, de brio e de amor próprio ofendido, exultou, ainda que boquiaberta, eletrizada e receosa ou medrosa, porque no fim do ano seria o ajuste de contas.

E tanto estudou e estudou a anatomia o “bisonho” que não aceitou o sorteio do ponto tirado de véspera, como era de costume na época.

E quando o professor perguntou-lhe qual o ponto sorteado respondeu-lhe com altivez:

Desejo ser examinado em anatomia descritiva!

Os colegas ficaram lívidos, diante da provocação do aluno. E o professor deu de si, percorrendo toda a sala de anatomia! Não deixo um ponto sem argüição! Mas já cansado de invencibilidade do moço, o inglês declarou com dignidade e elevação: Estou satisfeito. O senhor é um homem notável!

Logo após a formatura foi aperfeiçoar-se em meios mais desenvolvidos.

E em paris encontrou o prof. De Wecker, de quem foi discípulo.

Após conhecer luminares da especialidade, e freqüentado os principais especialistas em moléstia dos olhos, um dos quais, o professor De Wecker, entusiasmado pela sua dedicação, e, já, pela sua competência, o tomou para chefe da sua clinica.

Ao regressar ao seu Ceará, era, já, Moura Brasil, um grande nome nacional. A fama dos seus triunfos em Paris havia chegado à Corte, de onde lhe eram enviados os maiores convites e as mais reiteradas solicitações. Nesta ocasião veio à sua Iracema, em visita à família. Logo depois tornou ao Rio, meio receoso de enfrentar colegas valorosos e donos já de clinica vultosa. Mas destemido e forte, e cônscio do seu saber, estabeleceu-se.

Conhecida a habilidade das suas operações, todo cearense que tivesse qualquer coisa nos olhos procurava o mestre que os recebia como os filhos. E divulgou logo: Todo cearense é tratado de graça. Operar a catarata com rara habilidade e costumado zelo pelos doentes, tornou-se a principal fama do seu nome. A julgar pelas estatísticas alcançadas nos serviços, deste 1875 até 1901, em um período de 26 anos reuniu um total de 1340 extrações de cataratas senis, das quais 1275 simples e 65 com iridectomia no Ceará. (Apud Prof. Oscar de Souza).

Sabedores que somos da sua reconhecida capacidade profissional, não só dentro da sua arte, serviu e engrandeceu a pátria. É natural a propensão dos nossos médicos pelos vitais problemas do país, alheios à sua profissão. A Moura Brasil foi preocupado sobretudo sobre os problemas, quiçá indecifrados, da nossa principal fonte de riqueza – a lavoura. Foi a sua segunda e grande paixão. “Ao invés de sermos o celeiro do mundo, como a visão precípua de Humboldt anteviu a um século; e Moura Brasil pregava o apostolado com o seu fecundo exemplo, lavrando a terra com as mesmas mãos a semear noutro campo, a saúde e o bem; ao contrario, vivemos das sobras das lavouras estrangeiras e dos empréstimos estrangeiros” (Apud Augusto Linhares).

Uma vez no Rio de Janeiro, Moura Brasil foi como o Messias. As operações oftalmológicas que levou a efeito, e que espantaram a De Wecker em Paris, eram tidas como verdadeiros milagres. E, em breve, o seu nome enchia o país, tornando-se um dos mais populares, e, também, um dos mais queridos, dos seringais do Amazonas ás coxilhas do Rio Grande do Sul.

Moura Brasil tornou-se, realmente, uma espécie de legenda para o brasileiro de todas as regiões. Rara é a cidade que não tem na sua rua Moura Brasil. Fortaleza tem todo um bairro. No interior, no Amazonas como na Bahia como no Paraná, como em Mato Grosso, é comum ouvir-se:

- Você não viu quando passou?

- Não, não vi.

E logo, o outro:

- Meu Deus! Você precisa ir ao Moura Brasil.

Visitar Moura Brasil significa ver tudo, ter olhos para tudo, possuir vista clara, límpida, que dá conta de tudo. No Ceará, então, Moura Brasil é elevado até a hipérbole.

- Moura Brasil?...- diz o cearense.

E com entusiasmo:

- Moura Brasil limpa até olho d’água!

Ou então: - Moura Brasil dá vista até o olho de carnaúba!


OUTROS SUBSÍDIOS:


Saraiva Leão

Laureou-se no estudo, reputou-se no trabalho, singularizou-se no ensino, sublimou-se na caridade, alcantilou-se no exemplo, e a si mesmo sobreexcedeu-se no modelo.



Augusto Linhares

...Dr Moura Brasil, cujo jubileu de esplendor devia ser celebrado em um dia como os que fulguram, na hora do apogeu do sol, por ser ele o iluminador que, em oitenta anos de sacerdócio científico, a tantos cegos tem alumiado, restituindo-lhe a claridade, como faz o sol ao mundo quando rompendo assim, a voz do criador quando o céu fez soar na terra o Canto Triunfal do Fiat-Lux.


Para o município de Iracema, Moura Brasil, influenciou, de forma indireta no desenvolvimento das áreas da cultura e da educação. Com a homenagem feita ao cientista, agrônomo e excelente oftalmologista, os seus conterrâneos não só reconheceu a sue grande valor, como abriu as janelas para o engrandecimento de Iracema. Foi com o Centro Educacional Moura Brasil, entidade ligada a CNEC – Campanha Nacional de Escolas da Comunidade, de que tanto nos orgulha pela formação de varias personalidades, em muitas áreas do saber: (Direito, Medicina, Engenharia, Letras, Pedagogia etc.), que, ao emprestar seu nome para instituição de ensino, nos cursos: ginasial e de nível médio (Pedagogia e contabilidade), de forma pioneira, ajudou, nos idos das décadas de 1960 e 1980 a formar as famosas normalistas, tão importantes para a multiplicação do conhecimento.

Este ilustre filho de Iracema, face ao encerramento das atividades do Centro Educacional Moura Brasil, continua sendo homenageado, levando o nome da parte física, do que restou da Escola, mais do que justa, de “Edifício Moura Brasil”. A escola que o substituiu já tinha personalidade jurídica, e leva o nome de um outro filho de Iracema, Abdon Xavier de Carvalho.

Não obstante o triste fim do educandário Moura Brasil, a sua historia nunca se apagara dos nossos corações, e certamente continuará nos registros históricos a ser um marco, um divisor de águas, representando, para todos os iracemenses um símbolo de sucesso e triunfos para muitos dos filhos desta querida terra.

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