Ao mestre dos ares, Hyron Almeida

Iracema, 22 de abril de 2024

Conheci Hyron por foto, na galeria do ex-diretores do Hospital e Maternidade Maria Roque de Macêdo. Sua fisionomia não me era estranha, eu sabia que o conhecia de algum lugar. Desde cedo tenho um grande apreço por Socorrinha, Dra. Sônia (suas irmãs) e recordo com carinho os lindos cabelos brancos de Dona Neném, sua mãe. Nosso primeiro contato foi virtual, através das redes sociais e logo, tive o prazer de encontrá-lo cantando em uma noite de sexta-feira no Point’s Bar. Um jeito suave e leve de expressar carinho era uma marca única e claro, cativante.

Em 2020, avizinhando-se as eleições municipais lancei o quadro “Santo de casa não faz milagre, faz CULTURA” e tive a satisfação de receber sua adesão, cantando “Súplica cearense”, canção de Fagner que ecoava muito bem em sua voz. Antes disso, unimos sua canção Iracema a um poema que fiz, parafraseando Patativa do Assaré.

Fiquei muito feliz quando a Academia Iracemense de Letras e Artes – AILA o elegeu para ocupar a cadeira de Nº 10 e surpreso, quando por declínio me indicou para a imortalidade. Hyron realizou sem saber um grande desejo do meu coração. Posso dizer que tive e terei sempre o prazer de tê-lo conhecido. Chamá-lo amigo, irmão, admirá-lo, abraçá-lo, apertar tua mão são agora apenas gestos de carinho ladeados de saudades.

Para alguém que desbravou os ares, tenho certeza de que agora, encantado, ganha o céu, e sorridente olha para nós que aqui ficamos. O músico, o artista, o piloto, reencontra-se agora nos braços da imensidão.

Ao mestre dos ares, minha saudade!

Hélcio Santos.

Acadêmico da AILA, ocupante da Cadeira nº 10.